19 de agosto de 2020, eu estava numa discussão que sabia que estava certo. Mas os pequenos poderes me tiravam a voz e a vontade de viver. O que fiz? Me calei. Achando que isso amenizaria a dor e me tornaria dócil e passível de ser melhor remunerado. Não funcionou.
Minhas mãos tremiam, acendi um cigarro e peguei meu celular. Num acesso de raiva e repressão, eu começo a relembrar de como foi outro período da minha vida que a paternidade foi negada a mim, maldita natureza?! Essa resposta nem importa mais.
Nunca fui o mais talentoso ou bonito, mas tinha algo que eu sabia fazer, ser cara de pau.
Mandei meu vômito textual para vários amigos que confiava e pasmem! Eles gostaram! Se foi por gostarem de mim ou das minhas palavras também nunca saberei.
Me juntei a um amigo que compartilhamos os nossos íntimos através das palavras antes mesmo de termos um papo de bar, e com ele surgiu a ideia do palavras brutas, um refúgio nosso e um farol nas nossas tristezas. Se você está lendo isso, já conhece o blog e seja bem vindo caso não!
Agora vamos pro quase presente. 08 de julho de 2022, o blog já tem um ano e meio ininterrupto. Meu motivo de orgulho.
Não tinha mencionado o título da primeira coisa que escrevi, porque não tem título, eu não tinha como nomear aqueles sentimentos.
Agora voltando para julho de 2022, escrevi o meu último texto, esse com título "rainha das copas" que estou eu novamente falando de dores, mas dessa vez a dor foi diferente. Sentia muito a falta da minha ex companheira, mas sentia falta de mim. Eu tinha ido tão longe em prol da relação que eu já não podia dar mais um passo sem ter de mudar meu nome. Era sério assim. Isso não foi culpa dela, e talvez nem minha. Foram só uma sequência de vivências que em certo ponto não se encaixavam mais. Quando mostrei esse texto pro meu único amigo nominado aqui, o Sr. Rafael Assis, ele me deu o seguinte conselho:
Não escreva sobre amor, não seja como eu!
Obviamente ele vai ler isso antes de todos, e talvez isso saia. Ou fique pelo prazer de ter vencido a censura.
O porquê da dor sempre me acompanhar em minhas palavras, não sei ao certo. Mentira eu sei sim! E porque a felicidade é algo muito fugaz e incômodo, então tendo isso em mente, eu jamais gostaria de ser fugaz na minha arte.
O incômodo, ele sempre vai estar lá!
Nunca conforme!
Em desistir de lutar.
Edvaldo Ferreira
Criador do Palavras Brutas, escritor amador de ocasião, sem formação acadêmica, em busca de entender o que sinto através da palavras, ou se não, em busca da jornada constante de autoconhecimento e afeto próprio. Fascinado com cinema e música.
Futuro agitador cultural.
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Essa dor é que nos move, por mais maluco que seja.