Mais um dia vencido(pelas horas ou pelo cansaço).
Questionamento e algo que está tão enraizado em mim que nem sei mais diferenciar o que é crítica ou sabotagem, mas um novo questionamento me vem: E se não fosse eu?
Eu o que? Pergunta sagaz de se fazer.
Se não fosse eu que tivesse que dizer o que disse? Teria a dor sido menor? Por não ser eu?
E se eu não tomasse as decisões que tomei? As coisas teriam tomados cursos diferentes dos que tomaram?
E se não fosse eu habitando essa carcaça? A vida seria mais fácil?
Essas questões chegam pra mim quando percebo que me coloco na pele dos outros, alguém faria isso por mim?
E se não fosse eu a tentar? Alguém tentaria? Alguma coisa iria de fato acontecer?
A inércia me tirou de mim há anos, não sei como voltar. E talvez nem queira voltar mais, mesmo reconhecendo que damos voltas e voltas no mundo mas no fundo queremos voltar para nós. Pra aquela essência ou retrato da vida onde as coisas eram mais fáceis.
E se não fosse eu a escrever sobre mim? Alguém escreveria? E sim, sei como isso soa arrogante! Mesmo com esse apontamento, sei que nunca foi por arrogância que fiz. Fiz porque precisava sentir! Sentir algo, um gosto de vida ou resoluções antes da morte.
E se não fosse eu, você tentaria? (Mantenho a esperança que sim)
E se não fosse eu, ninguém faria por mim. Ou pelo menos pela versão de mim que acredito que sou.
E se eu não fosse eu? Jamais teria a resposta pra essa pergunta.
Edvaldo Ferreira
Criador do Palavras Brutas, escritor amador de ocasião, sem formação acadêmica, em busca de entender o que sinto através da palavras, ou se não, em busca da jornada constante de autoconhecimento e afeto próprio. Fascinado com cinema e música. Futuro agitador cultural.
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