Canais lacrimais, quando nascem?
Eles vem de fábrica?
Eu acreditava que não
Que eles assim como o ciso cresciam
Um no caso era o nascimento do juízo
E o outro o nascimento do meu ser
Hoje eu choro
Mas não choro
Mas chego a conclusão, que sim
Hoje eu choro
Retorno ao meu eu de 11 anos
Que ouvia uma figura bradar ameaças nunca cumpridas (graças a Deus)
Recordo de me esconder
Na esperança de ser encontrado
Mas aquele eu
Aquele eu não chorava
Pois meus canais lacrimais ainda não haviam nascido
Após forças maternas
A figura que bradava se foi (graças ao adeus)
Naquela oportunidade eu queria ter chorado
Não pela sua partida
Mas sim pelo recomeço que se abria diante de meus olhos
Hoje eu choro
Meus canais lacrimais finalmente nasceram
Floresceram
Até ao ponto de estar com alguém que me aquece o coração e elas simplesmente virem
As lágrimas
Naquele dia eu chorei
Simplesmente por que
Compartilhei
Chorei por aquele eu de 11 anos que não podia chorar
Por que seus canais lacrimais não haviam nascido
Hoje eu choro
Edvaldo Ferreira
Cocriador do Palavras Brutas, escritor amador de ocasião, sem formação acadêmica, em busca de entender o que sinto através da palavras, ou se não, em busca da jornada constante de autoconhecimento e afeto próprio. Fascinado com cinema e música, e não apoia o uso de tabaco!
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