18 de julho de 1985, como um bom taurino, sou teimoso e com muita fome. Será que paguei a conta do meu celular? Ou só era sinal ruim do campo? E qual era o nome do lugar mesmo? Acho que era campo largo.
A vida me ensinou muitas coisas das quais nunca precisei, do que adianta saber a latência de um sinal de internet vindo de um satélite russo? Eu respondo, uns mili segundos a menos ou a mais naquele vídeo de um homem caindo de uma bicicleta rosa. Será que ele realmente acreditava que conseguiria?
Eu fui ao mercado, não tinha o que eu queria. Complicado como os mercados de hoje não funcionam. Apertei o fechar comprar, esqueci que não queria nada que tava no carrinho, faz duas semanas que peço comida.
Aos meus 35 anos, é em pleno 2022, jamais imaginei que estaria numa situação como essa. Sem amigos ou família, namorada ou grana. Ser um produtor de vídeos curtos não paga as contas. Mas não posso reclamar, estou rico.
Eu me lembrei de um sonho que tive, eu tava na cama com alguém que não tinha rosto, era só um borrão. Passei meses acreditando naquele cartomante que me disse que quando eu conseguisse desembaçar o rosto, seria o amor da minha vida. Já presenciei um acidente, virei o rosto. Só vi as pernas do motoqueiro. Calculei que toda essa informação me custaria noites de sono.
Uma vez devolvi um produto que não tinha gostado, o produto subiu de preço é eu recebi o valor maior que tinha pago, me senti mal por isso.
Eu preciso de uma hora, dezesseis minutos e quarenta e dois segundos pra conseguir ter um diálogo após acordar. Isso me faz pensar como seria difícil manter um relacionamento.
Eu nunca....., Vou me lembrar o que era. Eu juro!
As vezes eu queria um carro, só pra ficar cansado de dirigir.
A minha grande virada veio quando eu não falei.
Acendi um cigarro, porque achava maneiro. Hoje eu entendo o meu vizinho que ficava em cima do muro. Ele sempre me pede cigarros hoje.
Eu tinha um pouco de dó dele, sempre levava ele e sua namorada grávida pros lugares, mesmo não querendo ir. Isso me lembrou uma vez que briguei por perceber que meu tempo não valia nada. Mas eram pessoas diferentes.
Eu acredito que penso claramente, de uma forma concisa. Todos sempre me elogiaram por isso.
Já sentei ao lado de um morador de rua e dividi meu lanche com ele. Nessa refeição ele me disse coisas muito interessantes e esclarecedoras sobre a vida, ele era formado em biologia, não, pera, era outra pessoa. Não consegui lembrar de nada que conversei com eles, e pensando bem, misturei as duas histórias e não tenho ideia qual lacuna pertence aonde.
Eu sinto falta.........
.... Do que mesmo a gente tava falando?
Edvaldo Ferreira
Criador do Palavras Brutas, escritor amador de ocasião, sem formação acadêmica, em busca de entender o que sinto através da palavras, ou se não, em busca da jornada constante de autoconhecimento e afeto próprio. Fascinado com cinema e música.
Futuro agitador cultural.
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