Não sei se o que me assusta é te ver, ou não ver você. Se são os seus olhos que veem os meus,
ou veem além de mim.
Talvez seja um misto das duas coisas. Talvez você me veja muito bem, e eu ainda não entenda a magnitude de quem você é, mas meu bem,
não o faço por mal. Quando contemplo o fundo dos seus olhos
o abismo que se enxerga me abraça,
e lá no fundo, eu não vejo você,
vejo ela.
É difícil pra mim admitir, que pra onde quer que eu olhe,
encontro ela.
Faz um tempo tenho trabalhado o foco, pra enxergar qualquer coisa que não ela:
é inútil.
E como fica você?
Porque dá pra sentir que seu olhar acaricia,
como alguém que toma conta de um bem precioso.
E a piada de mal gosto,
é que eu saiba do desprezo dela,
e ainda assim queira ser visto por ela.
Você merece muito mais do que ofereço hoje,
disso tenho certeza.
Deveria te dizer tudo o que condenso aqui,
também tenho certeza.
Perdoe o egoísmo disfarçado de reciprocidade dentro de mim,
mas continuo fitando você.
A expectativa?
Que eu enxergue seus olhos,
e não mais os dela,
vida.
Caio Santos
Cocriador do PalavrasBrutas, tenta aproveitar o show bizarro chamado vida, frequentemente se perguntando qual o significado disso tudo aqui. Ainda não sei, e sente bem lá no fundo que, provavelmente, nunca saberá.
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