Você tão grande, sempre no alto das árvores. Não percebia isso, pois pareciam nuvens.
Eu lá em baixo, com uma bússola quebrada e um balão cheio pela metade. Você sempre planando pelas copas e eu sempre nos naipes mais baixos.
Uma vez te vi cair, e rapidamente se agarrando a copa para voltar ao topo, naquele (que viraram naqueles) eu te pegava no colo e cuidava como fui criado. Com muito amor e um afeto muitas vezes não assumido, e de volta ela tornava a escalar a copa da árvore, a rainha de copas.
Conheci seu reino, que não era seu, já que o reino estava nas planícies, e todos sabem que somente os melhores vivem nas copas a pairar, quase tocando o céu e cego pelo flash.
Eu sempre ali olhando pro céu, me impressiona como não tive uma torcicolo crônica. Talvez porque meu balão meio cheio agora viraram milhares, e o solo que me aterrava, agora fica nos meus bolsos pra sempre ter saudades de onde vim.
A rainha pisou no chão, por um breve instante, mas quando viu seu reflexo na água, não gostou nada do que tinha visto. Sua cabeça gigante atarefada com vários ócios, jamais entenderiam porque aquele dos naipes mais baixos com meio balão cheio, agora voa com terra nos bolsos. E Ele foi até lá, nas vastas copas, tentando entender o fascínio. O que ele viu, nunca foi passado a frente, foi anotado em um bilhete e preso aonde a rainha de copas jamais iria, o solo.
Em sua descida, o pequenino, e abraçado por pelas nuvens de afeto e de dor.
E o pequenino só tinha uma dúvida consigo, seria ele capaz de abrir mão do chão?!
A resposta vem assim... A vida é tão rara, para só viver em sofrimento.
Edvaldo Ferreira
Criador do Palavras Brutas, escritor amador de ocasião, sem formação acadêmica, em busca de entender o que sinto através da palavras, ou se não, em busca da jornada constante de autoconhecimento e afeto próprio. Fascinado com cinema e música.
Futuro agitador cultural.
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Intenso e tenso
Lindo, parabéns a todos vocês que conseguem expressar o que senti de uma maneira sutil.