Te vi na rua transato
Com seus cabelos lisos e quebrados
Um sorriso arrancado por comentários
Enquanto eu te via pela rua transato
Te vi várias vezes
Sempre quis poder me aproximar
Te dizer coisas da vida
Que existia uma chance de tudo dar certo
Mas não era possível
Pois a rua transato
Os semáforos são sempre amarelos
E os carros passam rápido demais
Na rua transato eu quis ficar
Mas também não era possível
Pois ficar parado por muito tempo
Era um crime inafiançável
Confesso que se conseguisse
Jogar uma mensagem numa garrafa
Jogaria nada
Pois nada passa daqui pra rua transato
Num plano abstrato
Te dei um abraço
Cruel como o tempo
A rua transato
A marreta que bate o prego da estática.
Edvaldo Ferreira
Criador do Palavras Brutas, escritor amador de ocasião, sem formação acadêmica, em busca de entender o que sinto através da palavras, ou se não, em busca da jornada constante de autoconhecimento e afeto próprio. Fascinado com cinema e música.
Futuro agitador cultural.
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