Nos centros urbanos se encontram os defensores da moral. Ali, há a possibilidade de esconder suas contradições em meio ao emaranhado de transeuntes. Ali, nem todos se conhecem, então o erro não é sempre julgado. E o pior, o próprio errante acaba acreditando em sua própria fábula. Daí exige, cobra, julga os outros que são pegos em suas contradições. Daí, se aglomera em suas convicções, com seus colegas da bolha, atirando pedras de seus aparelhos de vidro, bem como nas vidraças das pequenas casas. Só um tipo de vidro permanece intacto nos centros urbanos: aquele que encarcera os bancos, as vitrines, os carros, a gente!
Caio Resende
Apenas um homem cansado à procura de abrigo.
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